Nós dois, eu e o meu marido, somos atuantes na proteção animal, fazemos nosso trabalho de formiguinha alimentando um ou outro, aqui e ali, cuidando, castrando, pagamos lar temporário e vamos fazendo isso com muito amor e carinho. Longe, muito longe de querer nos comparar com aquelas pessoas que dedicam a vida a isso.
Sempre vamos a Pirenópolis, cidade que fica a mais ou menos 100 km de Brasília, amamos o jeito simples do lugar, o charme das casinhas, o ar da cidade em si nos faz sempre muito bem.
Numa dessas idas a Pirenópolis, passamos o dia inteiro e ao cair da tarde, partimos para Brasilia. Paramos no caminho em um supermercado, quase na saída da cidade. Bem na entrada, no caminho das pessoas, lá estava ela, uma filhotinha de SRD, toda pintadinha, linda. Eu, claro, parei p fazer carinho imaginando que pertencesse a alguém que entrou para fazer compras. Ela não reagiu aos meus carinhos, estranhei o relaxamento excessivo, respiração distante. Tentei coloca-la de pé, mas ela não ficou. Aproximou-se um funcionário do mercado e disse "Senhora, ela não fica de pé, eu acho que foi atropelada. Chegou se arrastando hoje aqui, estava na calçada, mas com o cair da noite, fugindo do frio, entrou aqui e caiu aí no chão. Vai fechar daqui a pouco e eu vou ter que colocar na rua de novo". Quem me conhece um pouco sabe que essa última frase jamais me permitiria seguir em frente.
No caminho, chegou a abrir os olhos, mas estava nitidamente muito fraca. Paramos em um posto de gasolina e compramos água para ela. Bebeu tanto que engasgava a todo instante. Bebeu muito! assustadoramente muito.
No carro, agora já se aninhava no me colo, já respirava melhor.
Chegando em casa, colocamos a bebezinha em um cantinho bem quente, demos comida pra filhote, comeu demais! agora ela já se levantava, já brincava, incrível a mudança!
No dia seguinte ficou no veterinário o dia inteiro, tomou banho terapeutico, fez exames, tudo que tinha direito. Estava ótima, era linda...e, segundo o veterinário, tinha apenas 3 meses.
Tentamos conseguir adotante para ela, mas fomos tão criteriosos que não encontramos e, um mês depois, decidimos ficar com ela (a única adotante possível, desistiu). A Nina tem pavor de rua, tem pavor de pessoas, tem pavor de tudo que não seja eu, Marcelo, nossos outros cães e nossa casa.
A Nina destrói tudo, cava tudo, é uma filhote imensa! está crescendo muito, a cada dia, tanto que decidimos que ficaria fora enquanto não estivessemos em casa, compramos uma casinha linda, grande e confortável e ela passa o dia na área externa, gastanto energia. Quando chegamos, a Nina reencontra os irmãos e é aquela farra! risos
Ah, meus outros cachorrinhos amam a Nina, embora percam por vezes a paciência com o jeito dela de brincar sem parar! kkk
A Nina veio encher nossa casa de alegria, de mais amor, de energia! Nunca nos arrependemos por te-la resgatado, por ter cuidado dela e, mais ainda, por ter decidido ficar com ela diante do tamanho do medo que tem do mundo, diante da imensidão da confiança que deposita em nós.
Minha Nina, mais um tesouro de 4 patinhas que Deus me deu de presente!
Não siga adiante deixando para trás o sofrimento, faça diferente, faça a diferença, pois, cada vez que ignoramos um ser que sofre, a alma do mundo enfraquece... Não compre animais ajudando a alimentar um comércio macabro em que matrizes são exploradas e maltratadas até a exaustão. Abra o seu coração para o amor que não conhece raça...